segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Apresentação do Livro em Chamosinhos

O RAPAZ DA PROVÍNCIA

APRESENTAÇÃO EM CHAMOSINHOS

Quando escrevi as primeiras linhas deste livro, estava longe de pensar que alguma vez, chegasse onde chegou.

No entanto, quero dizer-vos que, “O RAPAZ DA PROVÍNCIA” é uma história de vida contada em 126 episódios que foram colados e sem qualquer tratamento ortográfico.

Se é verdade que o velho ditado, Um filho, uma árvore e um livro completam um homem, eu quero dizer que, aqui e agora com a vossa presença me tornei muito mais completo e, por isso, estou muito feliz.

É com grande mágoa que não tenho aqui, aquele a quem eu queria fazer esta surpresa. Era o meu grande amigo SIMÃO FERNANDES que nos deixou recentemente.
No entanto, esteja ele onde estiver, dedico-lhe este momento e peço a todos uma grande salva de palmas em sua memória.













A MINHA GERAÇÃO

Para quem não sabe, Chamosinhos é o lugar onde eu nasci e vivi até aos 13 anos. Depois, e de “canudo” nas mãos, levaram-me para Lisboa. Atrás de mim, outros fizeram o mesmo.
Tudo teria sido normal, não viesse a acontecer aquilo a que eu chamo um fenómeno interessante:

“OS AMORES”.
Com os mocinhos por esse mundo fora, restaram em Chamosinhos as mocinhas que, por razões que todos sabemos, não podiam emigrar.

Ainda hoje tenho o privilégio de ver  algumas delas: A Rosa, A Júlia, A Ana do Trilho, A Maria do Tio Manuel Bacelo e outras... 
Elas, tal como nós, também cresceram e, no tempo certo, quando olharam para o lado quem é que viam: NINGUÉM.

A culpa foi do “Canudo” porque, no tempo em que isso não existia, ficavam ali todos para dar continuidade aos trabalhos de agricultura quando os progenitores partissem. 
Alguns, mesmo lá longe da vista e do coração, tentavam segurar por cartas a amizade conquistada no tempo da escola. Mas... coisas de amores por cartas e à distância, raramente resultam!... Sabem porquê?...
É que, tal como elas, noutras Aldeias das redondezas, alguns mocinhos não tiveram direito à Emigração. E como não encontravam nas suas terras aquilo que mais gostavam, iam à “pesca” para outras bandas.
Quando chegava a época dos Serões, era ver as meninas disponíveis para dar um pezinho de dança, mal aparecesse um simples realejo. 
Foi assim que alguns deles conquistaram a mulher da sua vida e, ao mesmo tempo, adoptaram Chamosinhos como sua terra.
E assim, os mocinhos migrantes ou emigrantes que ficavam todos babosos quando recebiam uma carta de amor levavam com os pés sem direito a justificação.
Por isso, e Salvo raras excepções, os mocinhos migrantes ou emigrantes tiveram de se orientar por outras terras.
9 de Janeiro de 2011

2 comentários:

  1. Olá amigo Sanches :)

    Que bom saber de si por esta via e ver algumas das fotos tiradas aqui em Chamosinhos.

    Nos tempos a que se refere, era eu muito criança, mas deu para entender o que se passava. Aliás sou fruto dum quase conterrâneo seu, de Reborêda, o Tio Luís dos Santo Amaro, que veio com 20 anos para o Porto e lá viveu, arranjou emprego na Alfândega do Porto, criou a sua família e só veio morrer à terra.

    Os homens fugiam para as cidades ou emigravam e os que ficavam eram poucos para tantas mulheres.
    Essa razão também pesou muitíssimo para tantos filhos de pais incógnitos.
    Ainda não li todos os seus contos, mas o seu livro não sai daqui da minha beira.
    Parabéns e fico à espera de mais.

    Beijinho

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  2. Chamosinhos era a terra de minha Avó, aí nascida em 1908, sob o nome de Esperança Andrade. Ainda solteira mudou-se para Sapardos, e aí viveu até quase ao fim, apenas indo morrer no lar da Vila, da Santa Casa. Nessa terra ficou a viver uma sua irmã, que eu nunca conheci, era a Tia Rosa das Trempes . Talvez ainda seja vivo alguém que a tenha conhecido ela era muito chegada á igreja.

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